Entrevista com Vanessa Valentim
A professora e escritora se junta ao Astrolabio para mediar um aulão sobre meditação e escrita!
Vanessa Valentim é professora, licenciada em letras pela Universidade Católica de Pernambuco, escritora e faz mestrado em literatura comparada na Universidade de Buenos Aires. Adotou o budismo zen como forma de vida, e é praticante de cerimônia do chá, caligrafia e ikebana.
Esse mês, ela traz todo o seu conhecimento e experiência para lecionar o aulão MEDITAÇÃO E ESCRITA: o exercício criativo de habitar as palavras, na terça-feira que vem, dia 17 de dezembro.
Na edição de hoje da newsletter, trazemos mais informações sobre o aulão e uma conversa especial com a Vanessa. Vamos ver?
No aulão MEDITAÇÃO E ESCRITA: o exercício criativo de habitar as palavras, com Vanessa Valentim, vamos exercitar o contato com nossos sentidos e sentimentos, e plasmar ideias que começarão a surgir espontaneamente, passando por diversas formas de escrita e leitura que nos convidam a exercitar nossa concentração, introspecção e contato com nossos sentidos.
Uma obra imersiva engaja todos os sentidos do leitor, mas o processo de escrita também pode se beneficiar desse contato com o nosso corpo e nosso ambiente. Nesse aulão, vamos explorar as conexões entre essas duas práticas poderosas de contemplação e encontro com o nosso eu interior.
Nosso encontro acontece no dia 17 de dezembro, terça-feira, das 19h às 21h30 BRT. As inscrições estão abertas e as vagas e o cupom são limitados. Então, não se esqueça de garantir logo a sua vaga!
Astrolabio: Como foi o seu processo de descoberta e imersão na meditação?
Vanessa Valentim: Comecei a meditar através das práticas do budismo zen. A primeira vez que pratiquei zazen foi aos 18 anos e, de lá para cá, não abandonei jamais. Depois, aos 28 anos, me formei como professora de yoga e neste processo aprendi outras técnicas de meditação. No entanto, sigo exercitando zazen e adotei algumas práticas de meditação em movimento, como caminhos do budismo zen, chanoyu – arte de té, shodo – caligrafia e ikebana – arte das flores. Estas práticas me mostraram que a escrita também poderia ser realizada de forma meditativa.
A: Quando você fez essa conexão entre meditação e escrita, e como isso tem influenciado seu processo criativo?
VV: A meditação e a escrita sempre estiveram presentes na minha rotina. Fui percebendo que, depois de uma meditação, meu corpo e minha mente estavam em um estado de fruição. Percebi também que as temáticas e formas de escrita eram diferentes daquela que sempre achei que seria a "indicada". Comecei a me descobrir plural também no processo de escrita. A meditação é uma prática de autoconhecimento e acredito que a escrita também. Não vou meditar para me conhecer melhor e não vou escrever para me conhecer melhor, mas isso acaba sendo um dos resultados.
A: O que você diria para quem tem interesse em práticas contemplativas como a meditação, mas se sente intimidado?
VV: A meditação é uma prática empírica, ninguém pode fazer isso por você. O primeiro que se deve fazer é começar com práticas de meditação simples e que podem se adaptar à sua rotina, nada de metas muito audaciosas. Meditar por poucos minutos, mas mantendo uma disciplina, é suficiente para começar a gerar resultados. Existem muitas formas de meditar, depende muito da necessidade de cada um. O melhor caminho é praticar e decidir qual é a melhor forma para mim e a melhor forma sempre é a que posso manter durante a minha vida. Começar a prática esperando resultados é frustrante, nada melhor que meditar por meditar e logo os resultados aparecem. Focar nos resultados apenas nos distancia da própria meditação.
A: O que você leu recentemente que te inspirou?
VV: Minhas leituras são bem variadas. Considero que nosso ser é muito complexo e gosto de pensar que a leitura deve alimentar esta complexidade e a diversidade para não sermos tão monotemáticos, como costumamos ser. Neste ano, estive lendo Thich Nhat Hanh, Byung-Chul Han, muitos livros de literatura negro-brasileira contemporânea e sempre estou acompanhada pelo querido Caio Fernando Abreu – sua escrita para mim é uma montanha russa de emoções, filosofia e desconstrução. Acho que me aproximei mais dele quando descobri que a meditação e a busca do autoconhecimento também eram muito importantes para o seu processo de escrita.
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