Jorge Luis Borges está dentro do espectro do cânone e dos clássicos. Porém, o escritor argentino sempre manteve os olhos ao Sul – a América Latina à qual pertencia. No conto “o sul”, publicado em Ficções (Companhia das Letras, 2007), vemos o personagem Johannes Dahlmann desembarcar em Buenos Aires em 1871 e travar contato com acontecimentos que beiram o surreal.
Borges nunca aderiu à literatura fantástica, mas em alguns de seus contos vemos o insólito como parte da realidade: “Porque o homem vive no tempo, na sucessão, e o mágico animal, na atualidade, na eternidade do instante”, escreve.
Ao mesmo tempo em que mira seus olhos no Sul - “ninguém ignora que o Sul começa do outro lado de Rivadavia. Dahlmann costumava repetir que isso não é uma convenção e que, se alguém atravessa essa rua, entra num mundo mais antigo e mais firme” -, Borges bebia de fontes diversas, como As Mil e Uma Noites, entre muitas outras.
Conciliar passado e presente é uma das características mais marcantes de Borges que acabou por torná-lo célebre.
Para compreender mais sua obra, o Astrolabio convida a todas e todos para o curso TIGRES, ESPELHOS, LABIRINTOS: uma leitura guiada de Jorge Luis Borge que inicia nesta terça, 28 de novembro. Não perca!
— Fernanda Fatureto
TIGRES, ESPELHOS, LABIRINTOS: uma leitura guiada de Jorge Luis Borges com Carlos Eduardo Ortolan
Assista à aula aberta no YouTube do Astrolabio:
A estreia de Borges nos contos, com Ficciones, em 1944, despertou grande espanto nas letras sul-americanas. Com efeito, o livro se apresentava como uma novidade formal surpreendente, que combinava a imaginação literária mais desbragada, com seu pendor pelo fantástico e o gosto pela narrativa policial, com uma poderosa veia ensaística e reflexiva, que versava, a partir de uma erudição notável, sobre a eternidade, o tempo, o tema do duplo, entre outras obsessões do autor argentino. Tudo versado em estilo sóbrio e preciso, de corte clássico, e nada afeito às inovações modernistas.
Em quatro encontros, Carlos Eduardo Ortolan apresenta tanto o admirador de Stevenson, das Mil e Uma Noites e de Kipling, quanto o contista, poeta filosófico e leitor de Schopenhauer, dos místicos judaicos e da filosofia grega, que, em suas narrativas de muita cor imaginativa, compõe uma obra única de união inspirada.
As aulas do curso são gravadas e ficam disponíveis (para sempre) no YouTube.
PROGRAMA DO CURSO
Aula 1: A novidade do conto filosófico de Borges. Intertextualidade e influências literárias, especialmente da literatura de língua inglesa: Hawthorne, Poe, Kipling, Stevenson
Aula 2: Os contos filosóficos, originalidade e tradição clássica: Ficciones e El Aleph
Aula 3: O livro mais pessoal de Borges: contos, ensaios e poemas em El Hacedor
Aula 4: Borges ensaísta: Filosofia e crítica em Otras Inquisiciones.
Carlos Eduardo Ortolan é crítico literário e pesquisador em Literatura. Colaborou em vários meios de comunicação, como Folha de São Paulo, Revistas Cult, Entrelivros e Trópico, além do programa Entrelinhas da TV Cultura. Ministra cursos sobre literatura e crítica literária. Bacharel em Filosofia (2001) e Doutor em Literatura Brasileira (2023) pela FFLCH - USP.
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Meia-entrada para estudantes (mediante comprovante de universidade) e para pessoas acima de 65 anos (mediante comprovante de identidade).
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